Em nosso tempo juntos, quero falar sobre um tema de extrema importância: o preço que se paga para ter descendência espiritual. A ordem máxima que Jesus nos deu foi a de fazer discípulos. Isso não é uma tarefa para ser feita de forma displicente, mas sim algo que exige dedicação e sacrifício. Para cumprir essa missão, é preciso sair do nosso conforto, da nossa vida de acomodação e disponibilizar tempo de qualidade para o Senhor. Assim como dedicamos tempo para a oração e o estudo da Bíblia, devemos separar tempo para evangelizar, para amar e orientar aqueles que Deus coloca em nosso caminho.
Infelizmente, a maioria dos cristãos de hoje são estéreis, não conseguem produzir frutos nem influenciar ninguém para o bem. Estão tão ocupados com as preocupações da vida que permitem que esses "espinhos" sufoquem sua vida espiritual. Mas a Bíblia é clara: o mundo vem contra aqueles que querem fazer a obra de Deus. Jesus nos avisou em João 15 que, assim como o mundo o odiou, ele também nos odiará. Portanto, o sofrimento por causa do Senhor não é algo a ser evitado, mas um sinal de que estamos no caminho certo. Se você não está sofrendo por Cristo, talvez seja hora de examinar sua vida.
Pagar o preço de colocar Deus em primeiro lugar não é fácil, eu sei. Satanás tem uma estratégia: ele enche o nosso tempo com atividades mundanas, de manhã até à noite, para que não tenhamos tempo para o que realmente importa. É trabalho, é estudo, são exames, são afazeres domésticos, tudo para nos manter ocupados e longe de uma comunhão genuína com Deus e com o próximo. Mas para sermos bem-sucedidos espiritualmente, precisamos ter a disposição de abrir mão de outras coisas. Precisamos priorizar nossa comunhão com Deus, valorizar a amizade com os irmãos e ir ao encontro dos órfãos espirituais.
No entanto, a recompensa por esse sacrifício é gloriosa. O Salmo 102 nos promete que "os filhos dos teus servos habitarão seguros". Ao pagarmos o preço, orando, acompanhando e apoiando nossos filhos na fé, eles permanecerão firmes e estarão seguros na eternidade. O apóstolo Paulo é o nosso grande exemplo, pois ele sofreu as "dores de parto" por seus filhos na fé, chorando e lutando em batalha espiritual por eles. Ele pagou o preço para ver os frutos de seu penoso trabalho, e é isso que Deus espera de nós.
Por fim, deixo aqui um alerta a todos. O galardão não é para o crente acomodado, que apenas assiste aos cultos na igreja. O machado já está posto à raiz da árvore. A salvação não é para aqueles que se misturam com o mundo e se tornam infrutíferos. Não haverá salvação para o crente que não trabalha pelo Senhor, que não se esforça, que não produz frutos e que não ama a Deus de todo o coração e ao seu próximo como a si mesmo. João Batista já nos alertava: "produzam frutos dignos do arrependimento". Portanto, não espere até que seja tarde demais. Deus quer incomodar você para que saia do seu comodismo, para que se torne um verdadeiro discípulo e um fazedor de discípulos. Que o Senhor os abençoe.